Como funciona o sistema de saúde no Japão?

Sistema de saúde no Japão: O governo cuida bem de você

Quase todas as nações industrializadas e também algumas que não são, fornecem alguma forma de sistema de saúde nacional. Veja o que o Japão tem feito por sua população, com sucesso, desde 1961.

Hospitais japoneses: gerenciados por médicos, não por empresas

A premissa no Japão é simples: a saúde é uma obrigação do governo, assim como a segurança e o lixo. As pessoas pagam por seu sistema de saúde através de impostos e taxas razoáveis. E o governo assume a responsabilidade de controlar os gastos.

Basicamente, todos os residentes do Japão são obrigados, por lei, a ter seguro de saúde. Durante os anos de trabalho, a maioria das pessoas obtém o seu seguro através de seu empregador. Como um benefício, semelhante aos EUA.

Pessoas sem o seguro por meio de um empregador se une a um programa nacional de sistema de saúde administrado pelo governo. Todos os programas são regulados para fornecerem os mesmos benefícios básicos, pelos mesmos preços.

Não pode ser negada às pessoas a cobertura e as doenças pré-existentes não fazem diferença alguma.

O sucesso para este sistema de saúde é que o governo regula todos os custos. Os hospitais do Japão devem ser organizações sem fins lucrativos, que são administrados por médicos, não por empresas.

Os médicos podem administrar pequenas clínicas com fins lucrativos. Clínicas de medicina familiar. Embora elas também estejam vinculadas às taxas fixas. Dependendo da renda da família e da idade do segurado, os pacientes pagam de 10% a 30% das taxas (regulamentadas) e o governo paga a taxa remanescente.


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Os gastos com saúde consomem apenas oito por cento do produto interno bruto

Há controle anual em quanto do serviço cada cidadão pode receber. Basicamente para impedir os abusos. Há também limites sobre as despesas pessoais, baseados na renda e idade.

O sistema de saúde é administrado pelo Ministério da Saúde do Japão. A cada dois anos, o setor de saúde e o Ministério da Saúde negociam um preço fixo para cada procedimento e cada medicamento. São calculados os valores entre os custos razoáveis ​​e a renda razoável, para os profissionais de saúde.

Os resultados são surpreendentes. Cada pessoa japonesa vai em média ao médico 14 vezes por ano. Mais do que quatro vezes a mais do que os americanos e pesquisas mostram que eles são atendidos no dia em que eles querem.

Devido aos baixos custos, os japoneses obtém mais cuidados preventivos e exames com mais frequência. Embora existam outros fatores, os japoneses vivem mais tempo do que qualquer outra pessoa na Terra, enquanto desfrutam de uma das taxas de mortalidade infantil mais baixas do mundo.

Enquanto isso, os gastos com saúde consomem apenas oito por cento do produto interno bruto do Japão, metade do que nos Estados Unidos.

Além do controle direto dos gastos, os preços dos seguros permanecem baixos porque os custos administrativos são quatro vezes menores do que os dos Estados Unidos. Em parte porque as companhias de seguros não estabelecem taxas de tratamento ou negam atendimentos.

As falhas do sistema de saúde do Japão

Como qualquer sistema, o sistema de saúde do Japão também tem suas falhas. Para conseguirem taxas mais altas, alguns médicos solicitam exames desnecessários, e estadias prolongadas no hospital.

Muitos médicos ignoram algumas complexidades e especializações para se concentrarem nos primeiros cuidados, vendo os pacientes em um processo de linha de montagem que deixa pouco tempo para as perguntas.

É muito raro deixar um consultório médico, não importa o motivo da visita, sem algum tipo de prescrição e uma recomendação para um retorno. A dúvida é sobre como este sistema de saúde irá sustentar-se em face do envelhecimento da população do Japão.

Alguns médicos defendem um sistema mais livre que lhes permita trabalhar fora da regulamentação, uma espécie de sistema de saúde particular, para pacientes ricos.

Alguns críticos sugerem que para o Japão é muito melhor ignorar a escola de medicina e a prática e voltar-se para os empregos mais lucrativos de pesquisa. E que as empresas farmacêuticas inovam pouco porque enfrentam dificuldades para gerarem lucros. Todas as críticas têm um núcleo de verdade e representam desafios para o Japão.

No entanto, ao mesmo tempo, como no Canadá, no Reino Unido e em outras partes do mundo desenvolvido, os cidadãos japoneses têm acesso à medicina moderna quando precisam e não simplesmente quando podem pagar.

Isso, por si só representa um modelo que o Brasil poderia buscar. O que vocês acham?