Fugu: o que acontece com o corpo ao ingerir o veneno do baiacu?

O Fugu é uma iguaria japonesa muito apreciada, mas muito perigosa. Para saber prepará-lo é preciso treinamento e um certificado no Japão, pois mesmo pequenas quantidades podem ser fatais.

Baiacu

Fugu

O peixe baiacu ou fugu tem bactérias que produzem o veneno chamado tetrodotoxina. É considerado um dos mais potentes do mundo e uma pequena dose de 2 gramas é o suficiente.

Toda espécie de baiacu possui essa neurotoxina em diferentes potências. O baiacu arara é conhecido por ter menos e o fugu é o que tem mais. 

O fugu de tamanho pequeno tem a neurotoxina em todas as camadas de seu corpo e os maiores em sua pele e nas vísceras em uma pequena bolsa de veneno, que poderia matar até 30 pessoas e é mais forte que o cianeto.

Por isso, no Japão, apenas profissionais certificados e com treinamento podem manejar fugu para servir. Mesmo assim, 50 pessoas morrem todos os anos no país.

Sashimi de fugu


O peixe pode ser encontrado em rios, recifes de corais, perto de mangue, costões e no mar aberto. Ele se alimenta de tudo. Desde algas, outros peixes, vermes, moluscos, carangueijos, etc. 

Ele tem dentes afiados na parte inferior da boca e uma mordida forte que pode decepar dedos de pescadores desavisados. Esse aspecto também possibilita quebrar cascas de carangueijos e outros pequenos animais.

O que acontece com o corpo?

Após consumir o sashimi de fugu que estiver contaminado com a toxina, uma dormência na língua pode aparecer a partir de 20 minutos.

Essa sensibilidade pode passar para as extremidades do corpo, seguida por náusea, dor de cabeça, diarreia e vômitos.

Depois, os sintomas evoluem rapidamente e surge dificuldade para falar e andar. Os músculos começam a contrair e pode ficar difícil respirar e progredir para convulsões.

Então, uma paralisia total toma conta do corpo e aos poucos ele irá entrar em colapso.
A causa principal é a paralisia pelos músculos respiratórios.

O corpo morre, mas o cérebro continua em atividade até 20 minutos depois do óbito, que pode ocorrer imediatamente, como perdurar por até oito horas.

Isso faz com que a consciência fique ativa e a pessoa saberá o que está acontecendo no ambiente por este período de tempo, mas não conseguirá se mexer.

O problema dessa neurotoxina é que ela não tem cheiro ou gosto. Por isso, fica tão difícil identificar que a carne esteja contaminada.

Não existe antídoto, mas pode ser feito uma lavagem gástrica e desintoxicação. 

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Fontes: Governo de São Paulo, Japan Info, CNN, Time, The Guardian.