Naginatajutsu: a arte marcial das mulheres

Judô, ninjutsu, jiu jitsu, karatê e sumô. Essas são as artes marciais japonesas mais conhecidas no mundo. Mas você já ouviu falar no Naginatajutsu, a arte marcial das mulheres do Japão?

Quem aprecia o tema está familiarizado com o kendô, uma arte marcial dedicada à espadas, ou melhor, katana. O naginata é uma arte marcial similar, a diferença está na especificidade da arma.

Naginata – uma beleza mortal

Naginata

A naginata é uma lâmina semelhante a uma espada levemente curvada na extremidade e acoplada a uma espécie de cajado.

Normalmente é uma arma utilizada para combates a distância. Com aproximadamente dois metros de comprimento, foi essencial nas estratégias militares contra cavalarias inimigas durante o Período Edo.

Afinal, seu alcance era ideal para derrubar os combatentes de seus cavalos e também ofereciam diversos tipos de configurações (tanto defensivas quanto ofensivas) no campo de batalha.

Onna-bugeishas

Embora a naginata tenha sido utilizada pela lendária Imperatriz Jingu e a partir dela que surgiu o conceito de graça, poder e habilidade da arma, seu auge foi no período Edo.

Antes o shogunato no Japão, muitas mulheres faziam parte da classe guerreira dos samurais. Elas eram conhecidas como Onna-Bugeishas.

Normalmente elas faziam parte do corpo militar e participavam das guerras com seus colegas homens.

Ainda que o contingente masculino fosse muito maior do que o das mulheres, muitas onna-bugeishas fizeram história e se tornaram heroínas do Japão.

Porém, passaram a ter uma papel secundário na esfera militar do país a partir da Era Edo.

De acordo com as regras de etiqueta da época, as mulheres deveriam se afastar dos campos de batalhas para cuidar da casa, da família e de sua vila.

Por isso, a naginata passou a representar a força da mãe japonesa e incorporava todas as qualidades associadas a mulher ideal: graça, elegância e força.

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Sohei e Ashigaru

Naginata também foi uma das principais armas utilizadas pelos sohei, os monges budistas guerreiros do Japão feudal.

Além deles, dependendo do tipo de batalha e configuração estratégica, os ashigaru, soldados rasos, também eram equipados com naginatas.

Naginata – uma arte marcial feminina tradicional na era moderna

Durante o boom econômico do Japão no pós guerra, especificamente em 1955, a All-Japan Naginata Federation foi fundada.

Naquela tempo, muitos jovens buscavam atividades e hobbies para ocupar o tempo, se distrair, aprender ou apenas se divertirem.

Por isso, o naginatajutsu foi muito popular na sociedade japonesa, especialmente para as mulheres. Afinal, essa é uma das poucas artes marciais onde o gênero do praticante não dá vantagens ou desvantagens.

Isso é possível, pois o naginatajutsu é uma arte que depende majoritariamente da habilidade e não da força física.

Como a arma é consideravelmente leve e feita para combates a distância, o que predomina é a velocidade, precisão e agilidade.

Essa é a razão do naginatajutsu ser uma arte marcial feminina. As mulheres normalmente possuem essas qualidades muito mais desenvolvidas ou passivas de um aprimoramento perfeito.

Aliás, uma das características mais interessantes do Japão é a quantidade de mulheres praticantes de artes marciais.

Embora a maioria dos praticantes sejam homens, o desequilíbrio de gênero nas artes marciais não é nem próximo aos países ocidentais.

Existem muitas guerreiras notórias no país, verdadeiras heroínas da nação que inspiram muitas mulheres de todas as idades.

Quem aprecia artes marciais deveria colocar o naginatajutsu no curriculum, afinal, a arte está entre as mais letais do mundo.

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