Fobia social Taijin Kyofusho impede os japoneses de se relacionarem

Muitas pessoas sofrem com algum tipo de medo e podem ser considerados naturais de acordo com a sua intensidade. Alguns são racionais, outros mais complexos e psicológicos.

Existem também as fobias, essas são intensas e podem afetar a vida e impedir hábitos. Elas podem ser classificadas de acordo com o pavor. Existe medo de altura, de aranhas, de voar, de lugares pequenos, etc.

Taijin Kyofusho

Um caso mais sério são as fobias sociais, no Japão, o Taijin Kyofusho (TKS) é uma desordem mental parecida com a ansiedade, porém uma diferença importante.

As pessoas com Taijin Kyofusho não conseguem se relacionar de maneira normal com outras pessoas. No Japão estima-se que de 10 a 20% da população sofra com esse problema, em sua maioria do sexo feminino.

Essa desordem provoca um pavor transformado em vergonha. Esse constrangimento pode acontecer de maneira individual ou coletiva. A pessoa tem vergonha de si mesmo ou de causar desconforto nos outros. Existem quatro categorias:

Sekimen-kyofu

É a fobia de ficar corado.

Shubo-kyofu

É a fobia do formato de seu corpo ofender outras pessoas, equivalente a dismorfia corporal, a pessoa tem sua autoimagem distorcida.

Jikoshisen-kyofu

É a fobia de contato ocular prolongado. É interessante registrar que para os ocidentais o contato olho no olho é importante, mas a cultura japonesa ensina que, encarar muito, pode ser considerado uma ofensa.

Jikoshu-kyofu

É a fobia dos odores. É similar a síndrome de referência olfativa, quando a pessoa tem medo de feder.

O TKS é considerado quase como uma esquizofrenia, porém ainda é uma subcategoria. É mais comum em adolescentes, jovens e pode ser crônica.

As pessoas afetadas ficam obcecadas e não conseguem mais desenvolver uma relação normal e saudável. Existe também a combinação do TKS e esquizofrenia e são casos mais graves da doença. Geralmente, é desencadeada por situações traumáticas e humilhantes ocorridas na infância.

Leia também:

Sintomas

  • Conflito entre o individual e social;
  • vergonha para si e para outros;
  • dificuldade em falar;
  • tremedeira;
  • suadeira;
  • vontade de sair correndo (fugir);
  • Gastrite;

Tratamento

Em 1910, o doutor Shoma Morita desenvolveu uma terapia que leva seu nome, dividida em quatro estágios. Primeiro, o paciente foca sua atenção nas partes do corpo e precisa entender as sensações e sentimentos causados.

No segundo estágio o paciente fica isolado. No terceiro, ele precisa escrever um diário e fazer laborterapia. O último envolve leituras sobre autoaceitação. O tratamento possui prescrições medicamentosas também.

Inicialmente, acreditava-se que essa fobia existia apenas no Japão e depois outros países dos países do leste asiático relataram o mesmo problema.