Desperdício de alimento no Japão: redução de 50% até 2030

Você sabia que o desperdício de alimento no Japão fica na média de 6,5 milhões de toneladas por ano? No Brasil, por exemplo, o número é de 44 mil toneladas por ano e seriam suficientes para alimentar 25 milhões de pessoas todos os dias.

Por isso, durante uma reunião realizada no começo de maio de 2019 na cidade de Niigata, os ministros da agricultura dos países do G20 tomaram a responsabilidade em reduzir o desperdício de alimentos.

Medidas imediatas no Japão

Pela primeira vez na história do Japão, o Ministério da Agricultura, Florestas e Pesca do Japão pediu a paralização da superprodução de alimentos.

O governo japonês se comprometeu em reduzir em até 50% o desperdício de alimentos no país até 2030.

Por exemplo, as redes Seven-Eleven e Lawson anunciaram um programa de créditos em compra de 5% em produtos que estão próximos da validade. Em sua maioria lanches e alimentos perecíveis.

Além disso, as duas companhias ressaltaram que pretendem continuar e ampliar a rede de descontos. Além da questão moral e ética, ambas concordam que é melhor vender mais barato, do que jogar fora.

Números do desperdício

Embora a Seven-Eleven e a Lawson tenham começado seus programas de descontos, os supermercados e konbinis são responsáveis apenas por 10% (660 toneladas) de todo o desperdício no Japão.

Por sua vez, o setor alimentício e restaurantes são responsáveis por um total de 2,7 milhões de toneladas ao ano.

Como se o número não fosse alto o suficiente, só as famílias japonesas descartam aproximadamente 2,91 milhões de toneladas anualmente.

Mudança de hábitos

Supermercado japonês

Com pouco mais de 10 anos para reduzir pela metade a quantidade de alimentos desperdiçados no Japão, deverá haver uma drástica mudança na cultura e hábitos dos japoneses.

Como afirmou Yoshihide Suga, porta voz do governo japonês, “reduzir o desperdício de alimentos significa menos desperdício dos recursos naturais e menos encargos para empresas e famílias japonesas”.

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Além disso, nos últimos anos a humanidade se deparou com uma de suas maiores ameaças: a mudança climática mundial.

Por isso, a produção de alimentos no mundo poderá entrar em declínio. Porém, o clima não é o único vilão. Desde a revolução verde na década de 50 no México, a monocultura, agrotóxicos e pesticidas e alimentos transgênicos estão deixando o solo infértil.

Ainda é possível reverter esse quadro com o consumo consciente das pessoas, produção responsável e fiscalização rígida dos governos e estados.

Ainda de acordo com a declaração dos ministros da agricultura do G20: “não é necessário apenas aumentar a produtividade, é preciso melhorar a distribuição para reduzir perdas e desperdício para garantir a segurança alimentar e nutricional das futuras gerações”.

De acordo com a FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura), todos os anos, 1.3 bilhões de toneladas de alimentos são desperdiçados no mundo.

Além da quantidade de comida jogada no lixo (considerando os aproximadamente 815 milhões de pessoas subnutridas), a superprodução e queima de comida consome muita energia e contribui com gases poluentes.

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