Kokuhaku explica o relacionamento afetivo no Japão

Começar um relacionamento afetivo no Japão exige uma compreensão cultural mais ampla das regras e etiquetas da sociedade nipônica. Uma das mais complicadas é o kokuhaku.

Desde o flerte até a formação de um casal no Japão, tudo é completamente diferente de todos os padrões socialmente aceitos na cultura ocidental.

O flerte dos japoneses, por exemplo, é muito subjetivo e velado. Estrangeiros desavisados provavelmente não serão bem sucedidos.

Até mesmo a interação entre duas pessoas apaixonadas no Japão é diferente. No primeiro encontro, por exemplo, contatos físicos não são comuns ou desejáveis.

Tudo bem, até aqui não há nenhuma novidade. Então, descubra o que o kokuhaku tem a ver com tudo isso.

Kokuhaku: um momento decisivo

Você provavelmente já viu em algum filme, anime ou séries de emissoras japonesas onde alguém na relação entrega uma carta para a outra pessoa.

Esse ato é chamado de kokuhaku (confissão), além disso é um fenômeno que acontece dentro e fora das televisões.

Embora pareça antiquado, esse ato de confessar ou declarar seus sentimentos é praticamente o mesmo que pedir para começar a sair exclusivamente com alguém.

Quem recebe um kokuhaku geralmente encontrará uma mensagem que inclua as palavras “suki” ou, futuramente, “dai suki”.

O suki costuma ser o primeiro tipo de declaração a receber, pode ser compreendido como gostar e amar, o que pode gerar confusão na hora de interpretar.

Já o dai suki pode ser traduzido como eu te amo, um estágio muito mais avançado e maduro de um relacionamento, ou até mesmo gostar muito.

Mesmo que os japoneses sejam vistos como tímidos por muitos estrangeiros, muitos são extremamente extrovertidos e comunicativos.

É preciso sentir, perceber e escutar o pretendente ou a pretendente para conseguir interpretar corretamente o que está sendo confessado.

Quem dá o primeiro passo

Relacionamentos sempre são complicados, não é estranho que o livro A Arte da Guerra, do gênio militar Sun Tzu, foi adaptado para diferentes terrenos, como negócios, relacionamentos e amor.

Ainda que existam muitas diferenças na forma como os ocidentais e os japoneses compreendem um relacionamento, certo aspectos são particulares da espécie humana.

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Hoje em dia, as cartas podem não fazer parte do rito formal de se declarar, porém, realizar o kokuhaku é fundamental para qualquer relacionamento no Japão.

Quando alguém se declara, é praticamente impossível se manter indiferente e exige uma resposta de quem ouve.

Além disso, começa uma relação de transparência, ainda que pequena e frágil, mas um alicerce fundamental para qualquer relacionamento duradouro.

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